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Como é que o pequeno almoço, ajuda a desenvolver valores na família?

Como é que o pequeno almoço, ajuda a desenvolver valores na família?

por João Martinho

A primeira pergunta que colocará, será qual a relação que tem este tópico, com o Clube do Pão & Gourmet ? De repente nada. Vamos ver!  
 
Dezasseis anos é o período que dura a configuração base de um ser humano nos seus aspectos mais básicos e fundamentais. É durante este período, o bebé, passa a criança,  criança que aprende a andar, que começa a dizer as primeiras palavras, a falar, que identifica os objectos e as pessoas importantes, que vai adquirindo a noção do que está certo e do que está errado, as primeiras obrigações, os primeiros deveres, a comunicar e a relacionar-se com os outros, iniciando um processo de descoberta e de aprendizagem, que permite evoluir para jovem e depois para adolescente.
 
Nesta fase do processo de socialização, deve ter adquirido já um sistema de valores cuja arquitectura lhe poderá iniciar as primeiras experiências na tomada de pequenas decisões cujos resultados lhe vão permitir estruturar a sua personalidade e dar-lhe autoconfiança para fazer escolhas e tomar decisões. A configuração desta estrutura de valores decorre do ecossistema familiar, escolar e social que o rodeia. A partir daqui, a evolução baseia-se num processo de escolhas e decisões.
 
Do Homem Básico ao Homem Social, do Homem Social ao Homem Político. O caminho a percorrer é longo, tem perigos, pode ser rápido ou não, depende do ADN natural e do ecossistema anterior como elemento capaz de influenciar significativamente, o que é processado pelos sentidos e pela inteligência.
 
O “Homem Político” é aquele cuja estrutura de valores é mais elaborada e correcta. Trata-se dum Homem, educado, trabalhador, solidário, humano, responsável, honesto e justo.

 

Continuará a perguntar o que é que este tópico tem que ver com o Clube do Pão & Gourmet?

 

No Clube do Pão & Gourmet, esta é a visão do Homem que somos e do Homem que queremos ser. O que é que isto tem que ver com a entrega de pão em casa?  Tem tudo. Eu explico!
 
No mundo Ocidental e cristão em que vivemos, a família tem um determinado valor que se tem perdido á medida que a componente material toma conta das nossas vidas. A estrutura e a comunicação de valores alterou-se drasticamente ao longo do século XX, pela necessidade de ambos os conjugues quererem filhos e trabalharem fora de casa. Esta alteração, obrigou à substituição dos pais como principais educadores, pela escola, a babá lá de casa, a televisão, os brinquedos telecomandados e os jogos na playstation…!
Perante este cenário, as famílias podem encontrar “nichos de tempo” onde podem aproveitar como oportunidades para voltarem a posicionarem-se, por excelência, como os “educadores principais”.

 

Estamos a falar, do pequeno almoço como sendo a única hora do dia durante a semana, para comunicar valores entre a família naturalmente através da partilha, entreajuda e carinho, naquilo que a igreja cristã, chama de comunhão.

 

Trata-se de um grande desafio sem dúvida, sobretudo nos dias que correm e em fases mais adiantadas do crescimento. Mas também é verdade que as vinte e quatro horas do dia só são gastas naquilo que queremos! Logo basta optar e decidir, para fazer acontecer.

 

Que outro produto tem a mística milenar de agregar pessoas á mesma mesa, logo pela manhã? Haverá outro que não o pão? Eu não vejo mais nenhum!

 

Em última instância, o pão fresco, cozido durante a noite, estaladiço e fofo, é um argumento que com a sua força intrínseca, pode agregar á volta de uma mesa uma família, que quer desfrutar do prazer de uma refeição com aquele produto, mas também, de usufruir do prazer da companhia diária daqueles que são mais importantes na construção dos projectos e do futuro mais próximo.

 

É aqui que entra o Clube do Pão & Gourmet.

 

Sendo o nosso serviço de base, a entrega de pão para o pequeno almoço feito em casa, vemos a nossa actividade como um acelerador de rituais (conjunto de atitudes e comportamentos que constituem um processo, com um significado e sentido) que lamentavelmente se perderam e que gostaríamos que fossem adquirias, como formas naturais de desenvolvimento pessoal, familiar e organizacional!

 

Como? Há vários rituais que se podem estabelecer e que para além da sua beleza própria, transportam-nos para o patamar do Homem Político que falei á pouco.
 
Colocar o saco do pão diariamente à porta de casa (valor associado: responsabilidade). Trazer o saco do pão da porta de casa para a mesa do pequeno almoço (valor associado: responsabilidade, incentivo para sair da cama, atitude, partilha com os outros membros da família).
Pôr a mesa do pequeno almoço para a família (valores associados: colaboração, sentido estético, sequência organizada de um conjunto de acções).
 Tomar o pequeno em conjunto (valores associados: comportamento á mesa; espírito de partilha, atenção pelo que dizem e falam, transmissão de códigos de ética e conduta, comunicar) .
Sentar todos ao mesmo tempo á mesa, (valor associado: respeito pelo grupo, comunhão pelo prazer na companhia).
Levantar a mesa em conjunto, arrumar o pão na Barbantia ( valores associados: partilha, respeito pelo grupo, entreajuda) e repetir a rotina no dia seguinte.

 

A assimilação destes rituais simples, facilitam o desenvolvimento na “equipa” lá de casa, de factores de união e coesão, absolutamente necessários para vencer obstáculos que exigem, sintonia e congregação de esforços, num mundo cada vez mais precário…!

 

A partir dos 35 anos, inicia-se a fase descendente, com os valores a perderem peso, a simbologia e o significado dos rituais dá origem á rotina sem nos darmos conta. O significado perde-se e é neste ponto, que o problema aparece.
O Homem Político, torna-se lentamente no Homem Social. Nesta altura da vida (quando os filhos iniciam a sua formação escolar no primeiro ciclo), em que os empregos passam a absorver todos os seus recursos disponíveis. Nesta fase de risco familiar, o foco passa, do valor gerado da união do casal, para o valor gerado na união da mãe com os filhos, tornando-se mais ténue a relação com o pai, para na fase seguinte,  iniciar-se o processo de maior apatia e indiferença, em que o foco se perdeu e em que cada um, assume a sua rotina, independente da dos outros. Nesta fase, a ênfase, passa da mãe para a escola, da mãe para o seu trabalho, o pai, continua a manter o foco no seu trabalho e sem se dar conta, a comunicação começa a ser cada vez mais difícil. A rotina vai apoderando-se do tempo e do espaço.  
 
É com esta visão holística que entendemos o nosso trabalho, feito de noite, á chuva e ao frio, sempre com a preocupação de lá estar o pão, quando abrir a porta de casa. Poderá perguntar! Ajudamos a construir famílias felizes? Sem dúvida alguma! 
 
Fale connosco, promova o seu bem estar familiar.

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